Havia uma estrela de enorme grandeza e cheia de brilho próprio...
Esta estrela vivia triste, porém, conformada em viver o resto de seus dias coberta por uma nuvem densa que lhe encobria a beleza, tolhia-lhe de seu direito de brilhar e de se comprazer com as maravilhas que estavam a seu redor,tapando sua visão tanto ao que havia fora, como dentro de si mesma, não lhe permitindo enxergar o valor da vida e também seu próprio valor.
Essa nuvem, era uma nuvem egoísta, covarde, tirana e irresponsável...
Que pelo fato de não saber brilhar, vivia a sugar as energias da pobre estrela.
Até que um dia, do nada, sem prévio aviso ou comunicado...veio um vento...um vento forte, um tanto violento é verdade, mas que também sabia se fazer em brisa fresca...
Este vento arrebatou a estrela, empurrando para longe a nuvem carregada...a princípio, virou seu mundo de pernas para o ar, pois, desvendados seus olhos, tudo era novidade para ela..ver o mundo a sua volta, repleto de opções, de caminhos interessantes e diferentes, de idéias renovadoras, de esperança, orgulho e contentação consigo mesma...de início... fora-lhe confuso e assustador!
A nuvem, por sua vez, continuou a tentar se aproximar e viver sob o brilho da estrela, mas o vento era mais forte e não dava brecha a este retorno...deixava a estrela livre, mas a envolvia de força, proteção e carinho...
A nuvem, por fim, derrotada e revoltada, se viu perdida e sem rumo, entrando por caminhos sinuosos tentando encontrar outra estrela a qual pudesse sugar a beleza, o calor e a luminosidade...
Cansou de procurar sem sucesso algum...
Foi então, que um dia, cansada de tanto vagar sem destino e lamentando sua sorte...ela chorou...triste e copiosamente...
Em um dado momento, a nuvem olhou para baixo, e percebeu que chorava sobre um canteiro de flores, que estas, banhadas por suas lágrimas, revigoravam-se e dançavam felizes...
Percebeu também, que ao lado, em um outro canteiro, valendo-se igualmente de sua tristeza, pequenas sementes eclodiam e germinavam, adentrando à vida por seu intermédio...
Embora se desfazendo...a nuvem sorriu ao final, pois só aí, percebeu um propósito generoso, útil, digno e sublime, à vida vazia que sempre levara.
Simone Tavares da Silva.
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