A beira da estrada eu vi o tempo passar...
Árvores caírem após atingidas por raios....
Grandes caminhões, que ao trafegar pelo local, faziam trepidar o chão...
Rachando o asfalto...
Abalando antigas e imponentes estruturas rochosas, fazendo-as desabar por terra...
Desestruturando tudo o que levara anos para ser construído...
Desencadeando o aparecimento de imensas crateras...
Que engoliam tudo ao seu redor!
A beira da estrada...
Bebi da água do cacto....
Comi sementes sem gosto...
Engoli abelhas...
Fui picada por serpentes...
Auxiliei...
Atrapalhei...
Me perdi...
Me encontrei...
Fui placa...
Fui pedra...
Brisa...
E tempestade de areia...
Tive sede...
Encontrei um poço...
Espalmei as mãos...
Me agachei...
Me afoguei...
Sob o sol escaldante...
Grandes caminhões, que ao trafegar pelo local, faziam trepidar o chão...
Rachando o asfalto...
Abalando antigas e imponentes estruturas rochosas, fazendo-as desabar por terra...
Desestruturando tudo o que levara anos para ser construído...
Desencadeando o aparecimento de imensas crateras...
Que engoliam tudo ao seu redor!
A beira da estrada...
Bebi da água do cacto....
Comi sementes sem gosto...
Engoli abelhas...
Fui picada por serpentes...
Auxiliei...
Atrapalhei...
Me perdi...
Me encontrei...
Fui placa...
Fui pedra...
Brisa...
E tempestade de areia...
Tive sede...
Encontrei um poço...
Espalmei as mãos...
Me agachei...
Me afoguei...
Sob o sol escaldante...
Minha pele ardia....
Minha alma ressecava...
A saliva grossa empapada na boca....
Fazia as palavras saírem ásperas...
De quando em quando...
Uma delicada garoa...
O doce do mel...
Um beija-flor no ninho...
O cheiro da terra molhada...
Uma árvore...
Uma sombra.
O vento trazia um aroma de flor...
A noite era estrelada...
E a lua cheia preenchia o vazio...
Sem nuvens a seu redor a lhe encobrirem o vigor...
Plena...
Vizível...
Absoluta!...
Bucólica, como se deve ser nos maiores retratos do romantismo consistente!
No mais....
Tudo era desolação!
O horizonte distante...
A estrada interminável e deserta...
Os poucos passantes, de olhar vazio...
Que não tinham rosto...
Que não tinham alma sequer...
Só me davam informações truncadas...
Que mais e mais me desviavam do trajeto...
E enviavam-me à meu destino.
Simone Tavares.
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