Em nossa cama esotérica...
Sou sua cigana doce e venenosa...
Meu andarilho destemido e incomum.
Entre feitiços e poções...
Cabala e prece...
Embora avistando serpentes sobre minha cama...
Fantasmas de assombrações passadas...
Ainda presentes em minha mente...
Não titubeou em tocá-las para o lado...
Lutando e conquistando lugar de destaque merecido.
Se fez fogo ante as geleiras de minhas memórias tenebrosas...
Transformando os escombros de minhas desilusões...
Numa fortaleza de sentimentos sólidos...
Porém, luxuriosos e libertinos...
Do jeito que deve ser numa cama cigana....
Exemplo de um povo apaixonado....
Que gosta de amar!
E adora amar em intensidade incandescente....
Inconsequente e vergonhosa...
Que por mais que se consuma...
Nunca se extingue ou desintegra.
Em nossos lençóis...
Você se veste de sol...
E eu me dispo em lua...
Repleta de mel...
Pronta a explodir em seus lábios...
Se aproxima de mim...
Com a leveza e agilidade, de um guloso beija-flor....
Sedento de néctar...
Fazendo com que juntos...
Possamos ambos nos deliciar...
No doce sabor e aroma do amor.
Da flor...
Que em gotas....
Insiste em pinguejar...
Não para de suar...
Gota a gota....
A sorrir...
E se exaurir....
Numa enxurrada enérgica depois inerte...
Na ponta da língua de meus lábios sedentos...
Carnudos e inchados....
Molhados e ardentes....
Ardidos....
Insaciáveis....
Cujos segredos da boca pecaminosa e insensata....
São simplesmente....
Inconfessáveis!
Simone Tavares.
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