Me cubra de flores e me regue todas as manhãs...
Deposite um pequeno vaso, arranjo, acorde ou refrão a minha cabeceira...
Para que eu possa sonhar olhando para ele...
E acordar embalada em seu som de perfume.
Me presenteie com uma melodia em botão...
Para que eu desperte sob o aroma da canção em flor.
Deságue dentro de mim, para que desabroche este ardor e eu possa sempre compôr.
Me desfolhe e desalinhe...
Me cultive e me colha...
Me deixe sob o sol da aventura e recolha ao estúdio da quietude da nota esquecida...
Para que eu me renove na descoberta...
Da composição mestra que irá nos perpetuar.
Mesmo que venham depois os aplausos de espinho...
Terá valido a pena a árdua colheita do ensaio.
Mesmo que depois...
Apenas restem no chão do cenário...
As pétalas murchas do silêncio...
Em minha cama...
Ainda restará o odor do orvalho derramado após o alvorecer deste embalo.
Simone Tavares.
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